domingo, 21 de fevereiro de 2010

Escrava - Célia Jardim


Quero rasgar sua roupa,
beijar seu corpo, sua boca,
soltar a louca,
que mora em mim,
mas só pensa em você...
E sem nenhum complexo,
deixá-la sugar seu néctar,
e beber o seu prazer...
Quero libertar a louca,
para que toda loucura seja saciada,
toda lucidez seja esquecida,
e deixar que a louca,
seja arrebatada, possuída...
Só então trazê-la de volta,
e esperar que mais uma vez,
ela vença minha força,
e faça de novo tudo,
que só ela ousou e fez...
Essa louca desvairada,
trancada dentro de mim,
que me assusta, me enfrenta,
e sempre me vence no fim...
Essa louca me envergonha,
é o reverso de mim, o despudor,
essa louca que eu aprisiono,
sabe melhor que eu o que é o amor...
Ame essa louca que te trago,
esqueça o que eu sou...
que só me realizo quando me descuido,
e solto a louca,
esquecendo os tabus que em mim ficou...

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