sexta-feira, 9 de abril de 2010

Canto Erótico - Célia Lamounier de Araújo


As roupas caem
uma a uma depressa
em gestos comuns
Houve um tempo
em que flutuavam
sutilmente
e assistiam ternas
a dança das carícias
no corpo esbelto
que se desvestia
em gestos sensuais.
As roupas guardadas
o quarto triste
um só travesseiro.
Foi-se o amante e a música
a voz apagada
não mais canta
o amor e a felicidade.
Houve um tempo
em que o ar era morno
o banheiro cheiroso esperava
e a própria casa cantava

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