quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Feliz 2016 - Vênus

Um ano para quebrar barreiras,
lutar pelo que se acredita, 
concretizar...
Feliz Ano Novo!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Feliz Natal

 Desejo à todos...
... um ótimo Natal!
Beijos da Vἒɳʋȿ.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O Beijo - L.P.V.

Quero te beijar 
de um modo diferente    
olhar nos teus olhos  
com minha boca na sua 
a tocar  
como um ritual  
começaremos de mansinho  
e depois mais forte
de lábios abertos
de repente minha língua 
penetrando tua boca 
num beijo sugado 
tarado 
safado...  
é o beijo que te dou

L.P.V.


Servidão - L.P.V.

Quero você toda safada
olhar de malvada  
me jogando no chão
mostrando a que veio...  
pise em mim com o salto fino 
ameaçando cravar na minha pele   
me xinga: safado!
ahhh! isso é muito fraco 
quero mais:
vadio, puto, ordinário, cachorro vira-lata!
ahhh! isso sim 
auto estima me faz de seu capacho
cospe em mim  
levanta a frente do pé 
e arranhe  minha pele com o salto  
se ajoelhe e vem lambendo o vergão...
ahhh! minha vadia, mundana 
chegue no meu ouvido 
e conta como está sua bucetinha
mas diz que vai judiar de mim
que não a mereço
puxe meus cabelos   
dá tapa na minha cara  
sou seu escravo  
me use, abuse  
sou seu  homem vadio

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Um Poema Para Helena - Helena Ferreira

Sou puta
Quando uso a boca vermelha 
Meu salto agulha
E meu vestido preto.
Sou puta
Mordo no final do beijo
Não fico reprimindo desejo
E nem me escondo na aparência de menina.
Sou uma puta de primeira
Acordo às 6:30 
Pego ônibus debaixo de chuva 
Não dependo de salário de macho 
E compro a pílula no final do mês.
Sou uma puta com P maiúsculo 
Dispenso o compromisso 
Opto pela independência
Não morro de amor
Acordo sozinha 
Cresço sozinha 
Vivo na minha 
Bebo em um bar de esquina
Vomito no chão da cozinha.
Sou uma putinha
Passo a noite em seus braços 
Mas não me prendo no laço 
Que você quer me prender.
Sou puta
Você tem o meu corpo 
Porque eu quis te dar 
E quando essa noite acabar 
Eu não vou te pertencer
E se de mim você falar 
Eu não vou me importar 
Porque um homem que não me faz gozar 
Nunca terá meu endereço.
E não é gozo de buceta 
É gozo de alma
É gozo de vida
É me fazer sentir amada 
Valorizada 
E merecida
E se de puta você me chamar 
Eu vou agradecer.
Porque a puta aqui foi criada 
Por uma puta brasileira 
Que ralava pra sustentar os filhos 
E sofria de racismo na feira
Foi espancada e desmerecida 
E mesmo sofrida 
Sorria o dia inteiro 
Uma puta mulher ela foi
E puta também eu quero ser.
Porque ser mulher independente
Resolvida 
Segura
Divertida 
Colorida 
E verdadeira 
Assusta os homens
E os machos 
Faz acontecer um alvoroço.
Onde já se viu mulher com voz?
Tem que ser prendada e educada
E se por acaso for "amada" 
Tem direito de ser morta pelo parceiro 
Cachorra adestrada pelo povo brasileiro 
Sai pelada na revista 
Excita 
Dança 
Bate uma
Cai de boca 
Mama ele e os amigos 
E depois vai ser encontrada num bueiro
Num beco
Estuprada 
Porque tava de batom vermelho
Tava pedindo 
Foi merecido
E se foi crime "passional"
Pobre do rapaz
Apaixonado estragou a própria vida.
Por isso que eu sou puta
Porque sou forte
Sou guerreira
Não sou reprimida
Nem calada 
Sou feminista 
Sou revoltada
Indignada 
E sou rotulada assim
Como PUTA!
Então que eu seja puta
E não menos do que isso.
***
E para toda e qualquer mulher,
seja Ana, Joana, Madalena, Maria, e etc...
Vênus.

Ana - Tom Drummond

Ana, fica se olhando no espelho
Abusa do batom vermelho
Não pensa em economizar
Óbvio, as unhas não são empecilho
Com muito glitter, muito brilho
Insiste em se iluminar
Por certo
A maquiagem é por conta dela
Quanto mais cor mais fica bela
Uma aquarela a se pintar
Mal sabe que por si só é colorida
E é colorindo a minha vida
Que continua a se arrumar
Ana, que nunca erra no vestido
Escolhe um azul bem vivo
Que a mãe acaba de ganhar
Segue meticulosa no espelho
Se a barra vinha até o joelho
O chão acaba de encontrar
Eis que o mais temível acidente
Perspicaz pasta de dente
Foi em tanto azul se aventurar
Mas calma que ela sabe de improviso
Põe do avesso o vestido
Que ninguém mais vai reparar
Ana, num gesto feminino nato
Vê em tanta bolsa e sapato
Um mundo pra se combinar
Claro, com esse detalhe eu não falto
Escolhe um belo salto alto
Que é pra crescer sem esperar
Eis que a mãe que antes estava ausente
Agora estava tão presente
Com uma pendência a castigar
Mas Ana com toda a sua experiência
Faz um pedido de clemência
Que não se pode recusar
Ana, Ana... Ana, Ana