quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Fim - L.P.V.

De repente tudo se acabou,
só restaram suas digitais em minha pele,
o molhado dos seus beijos na minha boca,
o seu perfume em meu olfato,
e por fim... 
só me restou o seu lado vazio em nossa cama.

Simplesmente Aconteceu - Ana Carolina

Simplesmente aconteceu
Não tem mais você e eu
No jardim dos sonhos
No primeiro raio de luar
Simplesmente amanheceu
Tudo volta a ser só eu
Nos espelhos
Nas paredes de qualquer lugar
Não tem segredo
Não tenha medo de querer voltar
A culpa é minha eu tenho vício de me machucar
De me machucar
Lentamente aconteceu
Seu olhar largou do meu
Sem destino
Sem caminho certo pra voltar
Não tem segredo
Não tenha medo de querer voltar
A culpa é minha eu tenho vício de me machucar
De me machucar
Ninguém ama porque quer
O amor nos escolheu você e eu
Não tem segredo
Não tenha medo de querer voltar
A culpa é minha eu tenho vício de me machucar
De me machucar
Simplesmente aconteceu
Quem ganhou e quem perdeu
Não importa agora

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Tu - Tatiana V. Mattos

Ah, se tu estivesse aqui neste momento...
Deixaria teus braços enlaçarem meu corpo, 
tua boca vir de encontro à minha, 
teus olhos me guiarem.
Seria tua da maneira que quisesses, 
da maneira que desejasses.
Porque só tu és capaz de fazer sonhar, 
tua imagem me enfeitiça. 
Sou capaz de ceder à todas as suas 
vontades sem questioná-las, 
porque perto de ti 
não sou dona de mim, 
sou simplesmente tua.

Poemas De Saliva - Ricardo Kelmer

Deslizo poemas de saliva
No rascunho da tua pele
Rimas profanas, estrofes abissais
O sentido profundo de um verso
Fala a língua dos teus gestos
Em convulsões gramaticais 
Poemas recatados na tua pele sem pecado
Poemas de navalha no teu corpo sem perdão
A figura de linguagem do desejo
Fala a língua do meu beijo
Sem tradução

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Esvaindo-Se - Affonso

Esvaindo-se
perdido entre meus dedos
vai-se embora lentamente
como líquido a escorrer
assim vai sentimento
lentamente escapando
como copo que quebrou
meu dedo cortado pingando
misturando vinho e sangue
escorrendo tortuosamente
sulcando a terra
a cada momento
afasta-se mais
aumenta a distância
aprofunda-se a vala
entre nós dois
não importa mais
se você está ao meu lado
ou do outro lado do mundo
afinal nossos mundos
não se cruzam mesmo
como paralelas correndo
sem jamais se tocarem
sentimento que sufoca
aperto lento na alma
amor que vai embora
Esvaindo-se

Rubras Cadências - Ana Coelho

Decaio pelo teu corpo
com as palavras de fogo
tatuadas na pele ardente
onde o sexo afogueia a semente...
Encontro o poema
revolto de sentidos
em suspiros de prazer
escritos nos lençóis amarrotados
da madrugada vestida de luar...
Suspiros de prazer
desfiam vértices lunares
amarras entre olhares que se tocam
movidos pela tempestade em lutas de paz...
Na volúpia dos sentidos
versejamos hinos
com os corpos suados
em rimas de paixão...
Mordo os lábios
a língua úmida e quente
quando dentro de mim
entornas a explosão liquida
numa alucinação em que os ais
cantam em rubras cadências
numa clemência nossa...

domingo, 27 de outubro de 2013

Licor - Ricardo Kelmer

O teu corpo é um bombom em minha boca
Um som que se quebra em minha língua
Um licor que escorre sensual 
Não há nada igual
Minha língua do teu corpo inquilina
Teu licor que minha boca indisciplina 
Nada igual
Tua dor, teu louco riso
Teu pouco juízo 
Final. 

Depravação - Liz Christine

Escrever poesia sobre poesia?
Seu corpo é poesia
Sua voz me domina
Tão macia
Você é matéria-prima
Se converte
em poesia
Sua voz me derrete
Você é doce melodia
Que me aquece
Toque, pele, olhar
Basta respirar
Sua respiração
me excita
Porque arte é tesão
Paixão na escrita
Quero sua penetraçã
Invadida
Pela criação
Fodida
Por você, paixão
Eu quero, preciso e me entrego
Te amo e não mais nego
Não nego, omitir
Não é admitir...
Nem ouse perguntar
Escrevo por estar
Sentindo
Que amar
É forte, intenso, lindo
Seu olhar
Me despindo
Vem me seduzindo
Vem... e me abraça
E me pega
Com violência, amor
Sou devassa
Minha mão escorrega
E já estou te abraçando
Seus dedos deslizam
Provocando
Prazer... arrepios... desejos
Que se concretizam
E já estou segurando
A paixão concretizada
Não está mais assustando?
Amor... continue me depravando
Depravar é alterar
E estou me entregando
Te amar
Não está me machucando
Você tinha razão...
Amor é prazer e diversão
Com conteúdo
E tesão
Profundo
Amor é tudo

Diz - Lu@

Diz que me ama 
me joga na cama 
me cobre de cheiros 
vem sentir o meu gosto 
que se perde em teu corpo e nos travesseiros... 
Diz que me quer 
para num ato insano 
ser tua mulher 
sente o calor 
que vem de um momento 
de muito amor... 
Diz que este fogo 
que te deixa louco 
não vais esquecer 
depois do silêncio 
somente em teus braços 
irei me perder... 
Diz que errei 
ao tentar traduzir 
momento tão lindo 
tenta falar 
mesmo sem querer 
me olhas sorrindo... 
Diz o que quer 
faça teu canto 
sonhe calado 
mas fique ao meu lado 
perdida em ti 
em teu corpo molhado... 
Diz que agora 
seremos nós dois 
com a chuva lá fora 
nos aguardando para o depois... 
Vem minha Gota 
me toma por inteiro 
vamos repetir 
tudo no chuveiro

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Qualquer Lugar - Vênus

Na sua estrada,
no seu caminhão, 
na sua cama com cheiro de sexo,
no seu escritório,
na zona...
sua vadia em qualquer lugar.

Flores Incandescentes - Rosa Clement

Como um rio ele molha as flores do meu vestido, 
e em suas águas me convida a mergulhar. 
Meu corpo se aquece, 
meus pensamentos se incendeiam, 
ao seu doce sussurrar... 
Suas doces carícias são ondas suaves 
que embalam e fazem desabrochar 
as flores molhadas do meu vestido, 
que nessas águas de rio, 
logo se deixam levar... 

Face Do Desejo - C. Alex Fagundes

Lume.
A dança da chama,
bailarina esguia.
Pele.
Aceso toque da noite
leve invisível.
Antes percebe-se
a flauta do fauno
invadindo a sala.
A boca percorre
palavras de veludo
sorvidas aos tragos.
Sabe-se nada...
a alma é tomada
e tudo é momento.
Agora.
a noite é hora
neste aposento.
Toca o pêlo
entumescimento
das pontas.
Lambe a aura
da divindade
vaga.
Penumbra.
Chama do fogo,
lenho de carne.
Inebriam-se os lábios.
Frêmito.
Espírito absorvente da noite.
Cabelos
dedos em novelos
nebulosas e redondilhas.
Ilhas.
Crespos.
Águas.
Deitam-se a verter
ao sabor do nascituro,
eremita de fogo.
Gomo de fibras.
Lábio sorve a sede
da água que verte.
Um vaso aberto,
gardênia em chamas,
carmesim do fogo.
Ponto de fêmea.
Ambiente.
Atmosfera.
Hálito.
Perfume.
Máscara.
Sangue 
em pele
marfim.
Cambraias
abertas
em pernas de mulher.
Heliocêntricos
raios olhos
fixos no nada.
Músculos tesos.
Úmida.
Tépida.
Abre-se a porta.
Rude o peregrino
chega e faz morada.
Língua molhada
ao encontro
de alvéolos e esponjas.
Água salgada
maresia de fêmea
Sede de nervos
e músculos
a forçar
entranhas.
Brumas
sanguíneas,
cama de ferro.
Fêmea de
pernas
escancaradas.
Cortina de gaze.
Vento marítimo.
Odor de dentro.
Envolvente
o prazer
da mulher deitada.
Faze de mim o tempo.
O simples pulsar
dentro de ti.
Anjo, te faço fêmea.
Mulher, te faço anjo.
Faço-te gozo.
O gozo de meu sangue
é o leite
que te serve.
Na águas de tua
fonte afogas
a minha sede.
A língua percorre
um fio na topografia
de montes e vales.
A fêmea é terra
latente na eterna
espera da semente.
Penumbra do quarto
olhos da noite.
Como me achas?
Como me vês?
Como sabes trazer-me
pra dentro de ti?
O vinho.
A noite.
O silêncio.
Nada além das janelas
Nem mesmo horizontes existem
num quarto de casal.
Deposito em ti a minha
Eternidade.
Sou teu amante.
E deito em ti
minhas surpresas em forma
de farsas adocicadas.
Quando dormes – e acordo
com teus gemidos – persigo
teu gozo com meu pensamento .
Vejo-te outra,
longe de mim,
a se espargir no éter.
Teu corpo é belo
tua mente, insana
quando deitas na cama
e te cobres de pétalas.
A alma da mulher
se esconde num beijo. 

DNA - Paulo P. P. Rodrigues da Costa

Açúcar, arte,
ácido nucleico, feito
sexo, elo.
Prazer reflexo, afeto, affair
em toda parte
o seu corpo belo.
Tal pétala suave,
em terno aperto, acerto para sempre
que por um momento fica
onde a pele excitada se estica,
sobre o púbis, pelve.
Um pênis pica
com sua glande
todo colocado
em sua vulva,
vagina,
boceta,
a pequena caixa
com o brilho líquido dos cristais.
Crisálida, ovo
onde o ego
de novo desliza,
penetra, entre pernas
entreabertas,
esperma
feito estrelas sobre a noite
e desperta
a linda orquídea
sob pêlos,
que em si encerra
a réplica, da réplica, da réplica
do segredo
da vida.

Vênus - Tchello

Vênus 
nos 
vê nus 

Meu Brinquedo - Liz Christine

Você quer me algemar?
Me desnudar
Me cobrir
Com beijos
Em seu olhar
Faíscam desejos
Quero te amar
Sem medo
Quero ser
Seu brinquedo
Quero te ver
Me desvendando
Me fodendo
Com amor
Estou nua
Te dizendo
Sem pudor
Me possua
Me ame sem medo
E seja meu
brinquedo