sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Vem Morrer Vivendo Nos Meus Braços - A.D.

Vem morrer
vivendo nos meus braços

Preenche com meu colo
teus espaços

Do avesso do meu não,
faz o teu sim

Vem poetar de amor
dentro de mim

Grita o aroma
rubro do desejo em flor

Perde teu gosto fulvo
desta pele em cor

Pensa nas sombras
de gemidos vãos

E faz de meus
lábios tuas mãos

Sente meu toque
no teu toque exangue

Vive meu gozo
em teu próprio sangue

Dá-me teu beijo
para que eu afague

Dá-me teus olhos
para que eu me afogue

Teu pensamento
onde minh'alma cabe

E que meu corpo
no teu corpo acabe

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Conto I - ♫ §ó Qüërö AS

Uma boa música e uma leitura agradável. O livro retratava um encontro com o Criador. No entanto, não conseguia concentrar-se. A todo o momento perdia-se em pensamentos eróticos. Tentava em vão afugentá-los, pois sentia que estava cometendo uma heresia. Achava um disparate ler um livro sobre religião e ao mesmo tempo inebriar-se com tais pensamentos. Porém, o convite era tentador. Fechou tal livro e desceu um pouco até o saguão do hotel para ver se pensamentos inevitáveis abstraíam-se.
Conhecera-o na sala da internet do hotel onde se hospedara. Estiveram lado a lado conversando. Ele, um jovem sonhador, estava ali hospedado com o intuito de fazer um curso de aperfeiçoamento na sua área de profissão. Não tinha aparentemente um porte atlético, mas percebia-se avantajado sob aquele franzino corpo. Conversaram até o momento em que esgotara o tempo apropriado para os hóspedes usarem o computador. Encaminharam-se para seus aposentos. Entreolharam-se quando perceberam que seus quartos se posicionavam um ao lado do outro. Fora surpreendida com a sugestão dele para juntos saborearem um bom vinho em seu apartamento. Respondera-lhe que pensaria na possibilidade. Despediram-se com um carinhoso beijo na face.
Adentrou para seu quarto. Olhou-se no espelho e ao som daquela música que deixara tocando quando saiu começou a despir-se lentamente. Tinha os seios bonitos, embora fossem pequenos. Não tinham estrias, continuavam rijos e os bicos eram rosados como os de uma adolescente. Orgulhava-se deles, porque acabara de completar 40 anos e ainda assim sentia-se desejada. Ao banhar-se, enquanto a água morna escorria pelo seu corpo e a música ao fundo tocando, lembrava daquele homem que lhe despertara os desejos adormecidos. Enxugou-se vagarosamente... Espalhou delicadamente o creme pelo corpo e a cada movimento, visualizava a sua imagem. Estava tentada em aceitar a proposta. Sempre tivera uma fantasia: fazer amor com um homem mais jovem e de forma bem inusitada. Estava sozinha naquele quarto de hotel. Ninguém jamais saberia de sua louca aventura. Vestiu o sobretudo preto. Por baixo, nenhuma peça íntima. Colocou um colorido cachecol no pescoço. Penteou os cabelos molhados e passou um batom rosa claro nos lábios, achava que esta cor realçava seu claro tom de pele. Certificou-se de que estava bem depilada e encheu-se de coragem. Entretanto, balançou a cabeça em tom de reprovação a si mesma e deitou-se vestida em sua cama. Abriu novamente o livro que estava em sua cabeceira e retomou a leitura. Insistente, os pensamentos teimavam em atormentá-la. Sentia a proximidade dele no quarto ao lado. Somente uma única parede os separava. Os passos lentos, o barulho do chuveiro, a rolha sendo retirada da garrafa dando a impressão que fazia propositadamente. Parecia estar ele percebendo seu dilema. Talvez ela jamais tivesse outra chance de concretizar sua fantasia erótica. Novamente voltava os olhos para o livro, mas não conseguia ler. Imaginava-se batendo levemente a sua porta, apenas com um toque, como se existisse um código pré-estabelecido. De repente, estava ela diante daquele jovem completamente nu, com o sexo enrijecido, pronto para fazer amor. Abraçaram-se carinhosamente. Beijaram-se voluptuosamente. Acariciaram-se sofregamente num desejo crescente. O fato de estar sem calcinha debaixo do sobretudo o excitava ainda mais. Sorriu percebendo o efeito que sua fantasia produziu. Sentiu um líquido quente e viscoso escorrer pelas suas coxas. Fechou o livro e...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Você, Meu Desejo - Magda Almodóvar

O que faço com as sensações afetivas
Com a carne trêmula de tesão
A boca sedenta de beijos
As mãos nervosamente querendo acarinhar
A vagina em contrações Molhando minhas coxas
Masturbar-me neste momento me irrita

Ouvir música mais me excita
Receber uma "cantada" me enoja
Perceber um olhar interessado
Causa-me desconforto
E tudo lateja desejo
Meu corpo é só vontade
Assisto um filme romântico

E o beijo do casal apaixonado
Me faz labareda
Quero penetração
Quero meus seios sugados
Quero línguas a misturar saliva e sucos
Quero lamber cada pedaço do corpo másculo
Quero chupar e me oferecer
Nada me acalma ou satisfaz

Cada momento distante me traz lembranças
E quero mais
É um querer específico
De reviver a loucura do tesão vivido
Do carinho manso
Dos gritos de súplica e prazer
Das horas ininterruptas de alucinação
Onde tudo é permitido
Nada limita
Tudo acontece sem prévia autorização
Numa sucessão incandescente de gestos
Ritos
Novidades
Velhas posições
Novos sabores
Não há imaginação

Nem masturbação
Nem transa
Que me acalme
Quero apenas e decididamente
Outras horas vadias com jeitos
Cheiros
Sons inusitados
Gozos jamais sonhados
Meu tesão tem nome

Minha paixão tem dono
Você é meu desejo
E me sinto enredada
Como se uma rede estivesse ao meu redor
Um tubo de filamentos eróticos
Ligando-me a você
E me alimentando
Enlouqueço tentando esquecer

Sou vazio se não lembrar você
Meu desejo
Meu desejo
Meu desejo
Você
Você
Você
O toque do telefone

Sua voz a dizer meu nome
Voltei a viver!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Guloseima De Amor - Magda Almodóvar

Lambuzada em doce
Melada em chuva de espera
Adoçada por seus beijos
Saboreio as guloseimas do amor.
As trufas que trazes
O chantily que me besunta
A saliva sua em meu corpo
Degusto guloseimas de amor.
Fantasias de desejo
Descobertas de caminhos
Surpresas em cada toque
Somos guloseimas de amor.
Sei hoje o gosto de seu beijo
Me é familiar o sabor de seu suor
Como lentamente cada pedacinho de você
Mergulho em guloseimas de amor.
Você guloso
Eu gulosa
Nos engolimos com ardor
Tudo, guloseimas de amor.
Sou sua fêmea
Você me almoça...
Sou sua mulher
Você me janta...
Sou seu tesão
Você me ceia...
Sou sua vadia
Você me lancha...
Sou sua chuva
Você me bebe...
Sou sua... guloseima de amor.
Vem cá meu homem
Vem cá meu dono
Vem cá meu vício
Vem cá meu doce
Vem cá meu puto
Sou sua fome
E sinto fome
Banhados em sucos
Façamos juntos
Uma receita
Da mais perfeita
Guloseima de amor...


segunda-feira, 25 de maio de 2009

Rosas E Pérolas - Magda Almodóvar

Colho rosas para fazer um bouquet.
Quero fazer minha casa sorrir,
A quem chega envolver com beleza,
Implantar no ambiente doçura e frescor.
Que rosas escolherei?
Rosa Vermelha?
Marca da paixão,
Lembrança de um amor querido
Que as enviava junto com lingerie tentação?
Rosa Chá?
Amor desabrochando,
Recordações de outro amor
Que as trazia de manhã
e dava bom dia me beijando?
Rosa Branca?
Símbolo da Pureza,
Momentos vívidos daquele alguém especial
Que as enviava com cartão depois
de uma noite nada angelical?
Rosa Amarela?
Sinal de poder e ouro,
Anos jamais apagados do eterno namorado
Que ainda hoje com elas me presenteia
e diz "Meu tesouro, não a esquecerei jamais"?
Rosa Rosa?
Perfil da feminilidade,
Delicada mas com espinhos de defesa
Que um homem sedutor irresistível
Todos os dias insiste em enviar
num convite para o amar?
Olho as rosas por instantes,
Me perco em saudades e devaneios,
Me sinto no ontem,
no hoje e no futuro distante...
Quero todas as rosas...
Uma cor na sala de estar,
Outra no quarto,
Mais uma no escritório,
Mais outra na sala de jantar,
A branca no oratório
Ah! os efeitos das rosas!
Me fazem mulher,
Me fazem desejo,
Proclamam a vida...
Textura aveludada,
Perfume adocicado,
Superfície orvalhada...
Imagino lábios de beijos sedentos,
Corpo cheirando a cio,
Amantes suados,
Unhas rasgando as costas,
Orgasmos alucinados...
Banho-me.
Perfumo meu corpo com "Opium",
Visto-me com colar de pérolas,
Envolvo-me com seda...
Quero todas as rosas em mim reunir...
Vou me deixar seduzir
E do amar tudo usufruir...

Derrubando Tabus - Magda Almodóvar


É comum dizerem que mulher depois dos quarenta:
- deve ser trocada por duas de 20;

- é mais seca que sertão brasileiro;
- se for inteligente,
lava a camisa
do marido com batom,
sem reclamar;

- só serve para mesa, porque para cama

e banho não presta mais;

- é poço de celulite,
gordura e flacidez;

- é anti-tesão;
- é frígida;

- enfermaria, porque tem todas as doenças;

- e coisas assim gentis!

Rio muito
quando leio estas afirmativas.

Talvez eu seja exceção

Prefiro crer que não.

Me faço chuva
quando meu amor me beija

Me faço dança
quando me penetra

Me faço gozo múltiplo
quando me delicia

Me faço sobremesa
e sobre a mesa o satisfaço

Me faço espuma
quando me ama no chuveiro

Me faço puta
quando me leva pra cama

Me faço ama
quando o deixo em delírio

Me faço, refaço,
desfaço, abraço,

Só não desmancho nunca o laço

Que nos ata
e faz de dois um só.

Celulite?

Quem as tem?

Gordura?

Eu desconheço!

Flacidez?

Vi na vizinha.

Frigidez?

Que estupidez!!!

Sou é mulher madura,

Que sabe ser sedutora

Que sabe amar o seu homem

Que sabe gozar gostoso

Que faz seu macho satisfeito...

Duas de vinte e cinco?

Ele já teve e dispensou

Nada sabiam da vida

Que dirá de fazer amor!

Também meu homem já teve

Mulheres de minha idade

Conheceu com elas a falsidade,

Mas isto independe de idade!

Tudo isto é só desculpa

De homem incapaz

Talvez este homem precise

Daquela mulher falsa e mordaz!

Eu só sei que com 50

Namoro alguém de 25

Com ele faço 69

Tiro a prova dos nove

E estamos bem felizes...

Será que derrubei tabus?

Que me importa!

Só sei que quando nus

Nós temos a mesma idade

Ou talvez nem haja idade

Existe é sinceridade

Tesão de verdade

Paixão e sofreguidão 

Insana Sanidade - Magda Almodóvar


Louco é quem nunca amou com loucura
Louco é quem nunca quis se matar por saudade
Louco é quem jamais perdeu a sanidade
Louco é quem jamais teve perda de identidade
Louco é quem nunca pensou em de tudo fugir
Louco é quem nunca passou
noites e mais noites sem dormir
Saudável é quem a toda regra atendeu
Saudável é quem sempre está bem humorado
Saudável é quem escolhe o amor por todos aprovado
Saudável é quem nunca está só
Saudável é quem tem patrocínio
Saudável é quem bebe "socialmente"
Louco é quem nunca ficou dias sem comer
Louco é quem tem ataque de pânico
Louco é quem alterna euforia com desânimo
Louco é quem custa a se decidir
Louco é quem diz aos berros sua dor
Louco é quem morre um pouco na ida de um amor
Louco é quem começa o dia fumando
Louco é o poeta, é o amante, é o sonhador
Saudável é quem nunca se descontrola
Saudável é quem reza conforme o Missal
Saudável é quem se acha auto-suficiente
Saudável é quem aceita ser por amor remunerado
Saudável é quem lida com fatos,
dados, datas, segurança
Saudável é o realista, é o enquadrado,
é o enganador de si mesmo
Graças a Deus sou saudavelmente louca
Para falar de amor
Viver para o amor
Enlouquecer de orgasmo e desamor
Sou fora do esquadro
Hoje sou razão
Amanhã paixão
Realizo
Choro
Descompenso
Recompenso
Tudo intenso
Louca
Sou deliciosa tormenta
Sou doce compaixão
Inimiga alucinada
Em amores viciada
Me embriago de orgasmo
Deliro de tesão
Alucino em sonhos e ternura
Quem quer ser saudável então?
Eu? Não!!!!

domingo, 3 de maio de 2009

O Beijo - A.D.


Tua boca...
Sim...
Tua boca...
O desejo tomou conta de mim
ao beijar tua boca.
Sim...
Os meus lábios ainda pressentem
o próximo toque dos teus
Boca linda...
Lábios vermelhos...
Desejo trazer junto comigo
Sempre...
Esse sabor de mulher.
Encostei teus lábios nos teus,
As bocas se juntaram...
E se encontraram tão belas...
Tão ansiosas... tão ávidas...
Bebi ali todo o teu veneno...
Bebi ali todo o teu desejo...
Dali, tua pele, sensível ao toque,
se desvendou para minhas caricias...
Meus lábios tocaram a tua pele...
Lábios, peregrinos,
visitaram seus refúgios...
Linda mulher...
Lindo desejo...
Deixei algo de mim no teu beijo
que não recupero jamais...
Entrei no teu quarto
Sentada na cama de calcinha e camiseta,
cabelos soltos...
Beleza sem par...
A materialização da fêmea...
Linda como nunca... fêmea.
Tu falavas e eu...
embriagava-me de ti...
embebia-me de ti...
Prendia-me o olhar...
um ar de sedução...
Assim sob o abajur...
Beleza... fascínio.. calor...
Soltei o pensamento...
- Te quero...
O desejo me integrou...
Recebi a tua mão no meu rosto
e a caricia me tocou por dentro.
Entreguei-me.
Deitaste sobre meu corpo...
Um beijo na minha boca...
Suave... mulher apaixonada...
Rendida à magia...
Te afastaste...
Um seio para fora,
colocado sobre meus lábios.
Lábios secos aveludados...
Percorrendo lentamente a auréola
Lábios macios...
Tocando a ponta dos mamilos.
Gemidos... murmúrios...
Arrepios...
Dentes sem força...
Ponta da língua...
Leve...
Corpo perfeito.
As minhas mãos percorrendo
a geografia da pele.
A topografia da carne.
A ponta dos dedos...
A palma das mãos,
em lenta progressão,
por caminhos indecifráveis.
Penugens...
dos braços...
das pernas...
das coxas...
Calor,
teu corpo esta quente.
Cheiro de fêmea...
fragrância...
Prazer.
Sabor.
Todos sentidos presentes
Delicias.
Calor,
teu corpo esta quente.
Cheiro de fêmea...
fragrância...
Prazer.
Sabor.
Todos sentidos presentes
Delicias.
Deitei-me sobre ti.
Tua coxas me tocam os flancos.
As bocas que se encontram,
línguas que se integram.
Sexos que se tocam,
águas que se misturam.
Braços que se enlaçam.
O beijo percorre teus dentes.
Meus dentes pressionam teus lábios.
Súbito um beijo de carinho
no meio do ardor.
Como para buscar a alma
neste mundo de presenças.
As mãos penetram nos cabelos,
sucessivos beijos nas faces,
nos olhos, nos lábios.
Confiança de ser minha.
Certeza de ser teu.
Palavras de carinho e amor
Os lábios viajam pelo rosto,
enquanto pernas e braços se enlaçam.
Se acolhem, se apertam...
E então um beijo profundo
Um doce sabor...
Encontro de águas..
Sugo teu espírito para dentro de mim...
Entrego o meu para ti...
Os dois se integram num só
na junção dos plexos solares.
Não estamos mais ao nível da pele
Tua boca exige minha boca.
Os ventres se movem em procura de encontro.
A pele se abre na mistura das carnes.
Músculos que se apertam.
Não existe mais
qualquer conceito de distância
As línguas desejam lamber...
Os dentes desejam morder...
A boca deseja sugar...
O pescoço...
Os ombros...
Os braços...
O colo...
Mordendo e lambendo as axilas...
Abocanhando firme os teus seios.
Sugando para dentro da boca
Extraindo deles o leite...
língua, dentro, beijando.
Mordo, te machuco.
Você me arranha as costas...
Puxa os cabelos...
As pernas me apertam...
Diz que me quer...
Eu paro...
Beijos de carinho...
na ponta dos seios.
No colo, na boca.
Te quero...
Te amo...
Retomo o fervor.
Alcanço teu sexo.
Te beijo com os meus lábios
os lábios da tua vulva.
A virilha... o anus...
A língua... a saliva...
A ponta da língua...
A língua inteira...
Estremeces...
Imploras...
Encontro tua fonte...
e vou lá no fundo beber tua água...
muita água...
e trago para dentro de mim...
saciando a sede de teu sabor.
Eu mordo... tudo.
A língua.
Chego no ponto certo.
A boca...
A língua...
Os dentes...
Tu gritas....
Inicias um frêmito crescente...
Puxo teu corpo
para cima do meu.
Com os dedos afasto teus lábios
e entro em ti até o fundo.
Tu me engoles..
Me comes...
O ritmo cresce....
Um grito da alma...
No fundo... paramos.
As bocas se igualam...
Te encho de leite.
Lagrimas... soluços...
Abraço apertado...
Carinho...
- Te amo. 
Relaxas...
Adormeces em cima de mim.