segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

69 - Magda Almodóvar

Sessenta e nove...
um número... um preço...
um ano... uma idade...
uma vontade.
Sessenta e nove...
uma forma... um desenho...
um movimento de linhas curvas...
um apelo.
Sessenta e nove...
uma fantasia sexual.
Sessenta e nove...
você... eu... o prazer.
Sessenta e nove vezes
já fizemos 69... nunca igual.
Sessenta e nove horas
de sabor e descobertas.
Sessenta e nove, o nosso...
é delírio... é feito de gotas...
chuva... línguas... narizes...
heiros... sabores... amor.
Sessenta e nove...
é nossa viagem aos sucos
que nascem em nosso interior.
Sessenta e nove...
as vezes começo... às vezes
durante... às vezes fim...
sempre entrega.
Sessenta e nove pudores
que você derrubou...
Me lembro a primeira vez...
Fechada em medos...
receios... conceitos...
preconceitos... em pudor...
Meigamente você tomou meus lábios...
invadiu minha boca...
sugou meus seios...
Lentamente percorreu
o caminho até meu umbigo...
ali se deteve... lambendo...
introduzindo sua língua quente.
Dancei e me ofereci.
Você me desenhava o ventre com a língua...
as mãos brincando em meus mamilos...
me fez instinto faminto.
Mordiscou meus pêlos...
puxou-os suavemente com o dentes.
Suas mãos agora apertavam meu traseiro...
levantavam-me para facilitar seus
beijos em meus grandes lábios.
Gemendo eu dizia delírios... dizia pare...
dizia me penetra, meu amor.
Minha cabeça girava... em mim surgia a vontade de
pesquisar seu membro forte que me tocava as pernas...
ensandecido de desejo de ser lambido...
chupado... saboreado com amor.
Por segundos tive pânico...
era tão nova essa vontade... esse despudor.
Quis gritar minha vontade... não houve necessidade...
você sabe fazer amor.
Girou seu corpo amado... 
ofereceu seu membro adorado...
fêmea... apenas fêmea... só instinto... me tornou.
Deus! Que gosto... poder saber seu gosto... 
engolir seu sabor.
Com cuidado percorri este poderoso instrumento rijo,
de textura macia, fina pele em sua borda... 
sensível... forte...
na justa medida da minha fome de comer amor.
Sua língua me invadia... minha boca o engolia...
sugávamos os sucos do amor.
Sede saciada... desejo crescente... loucura presente...
fizemos chuva de amor.
Sessenta e nove é linha curva
que em círculo aprisiona e liberta nosso amor.

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