quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Loucuras - Cândido


Pousei um beijo
No fundo do teu olhar 
E teus lábios procuraram
Os meus para beijar. 
E enquanto tua boca
Me lambuza, 
Solto os botões
Da tua blusa 
E caem-me nas mãos
Teus seios,
Sempre macios,
Sempre cheios.
Beijo a pele
Do teu ventre,
Úmido, suado,
Com um gesto de língua,
Lento, arrastado. 
Então te relaxas,
Te amoleces, te afrouxas, 
Quando minha boca 
Se aninha no interior
Das tuas coxas. 
Te abres feliz, 
De par em par,
Como quem diz:
Vem! 
Podes entrar. 
Não me faço rogado, 
E me deslizo para dentro
Do teu salão rosado.
Eu, que tinha sido romântico,
Meigo, amoroso, 
Viro um louco tarado,
Furioso 
E golpeio em ritmo fremente 
A fenda que tens
No baixo ventre.
A cada arremetida
Do meu golpeio, 
Estremece a estrutura
Do teu seio. 
 Mas não ficas passiva,
Nas retrancas. 
E contra atacas 
Com violentos
Abanões de tuas ancas. 
Dizes palavras de amor
E impropérios 
Que tua voz baralha 
Como conquistador
De impérios 
Gritando eufórico
No auge da batalha. 
Então tudo pára
Por um momento…
Me pedes que saia
Do teu salão rosado 
E entre no teu salão cinzento. 
Surpreendido,
Chego a hesitar...
Mas tu te empurras para mim 
E obriga-me a entrar. 
Sentes um prazer mais intenso,
Dolorido
A diluir-se na voz
Do teu gemido. 
Num espreguiçar felino,
Sinto teu corpo estremecer
Como se a superfície da alma
Se estivesse a derreter.
Com um derradeiro golpe
Mais profundo e atrevida 
Faço explodir meu fogo
De artifício colorido. 
Há lágrimas de prazer
No teu olhar 
Que com minha língua recolho
E vou saborear, 
Como pérolas
Brilhantes de verdade 
Que a gente guarda
Para a posteridade.

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