Sair contigo - mãos dadas na chuva -
corrermos pelas ruas tão desertas,
molhar o corpo e a alma de candura,
deixar, com nosso riso, a porta aberta.
Andar nas alamedas dos teus olhos,
seguir pelas aléias da paixão,
fazer correr um frio pelos poros,
bater mais apressado o coração.
Sentir contigo o bom cheiro de mato,
poder dizer baixinho que te amo,
saber que prorrogaste meu mandato,
que posso presidir os nossos planos.
Que o tempo lave os homens e seus sonhos,
que leve para longe as tempestades,
que o amor não dá espaço aos desenganos,
se o peito é de outro peito só metade.
Então vem para mim, sob a tormenta,
passeia pela pele salpicada,
me deixa dar-te a boca que alimenta,
teu mel me poliniza - tua amada!
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